Por Karla Vidal com informações de Joana Pires
Quase mil participantes, sete mesas-redondas, seis mesas de debates, seis seções de comunicação coordenada, duas conferências, exposição de livros, jogos educativos, além de um espaço voltado para os relatos de professores e professoras, em formação continuada, sobre suas experiências em sala de aula, e apresentações culturais. Este é o saldo do III Seminário de Estudos em Educação e Linguagem, promovido pelo Centro de Estudos em Educação e Linguagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE/CEEL), nos últimos dias 21 e 22 de março.
Em dois dias de evento especialistas e profissionais da área de educação de diversas instituições, entre elas oito Universidades, o Ministério da Educação (MEC), a Secretaria Estadual e as Secretarias Municipais de Educação de Pernambuco, discutiram de maneira interdisciplinar os novos rumos para a melhoria do ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa no Brasil.
João Wanderley Geraldi, Professor Doutor em Lingüística pela UNICAMP, durante a palestra A aula como acontecimento, questionou a má utilização das novas tecnologias da informação nas escolas. Para Geraldi é preciso que o professor esteja atento a essa utilização. “As novas tecnologias não estão nos colocando uma pergunta sobre como utilizá-las para ensinar. Hoje, estas novas tecnologias estão nos colocando uma pergunta sobre qual é a função da escola em um mundo onde há todas essa tecnologias”, explica Geraldi.
Para o professor, estamos vivendo tempos de “obesidade de informação” e “anorexia de reflexão”, termos construídos pelo especialista. “São tantas as informações que o sujeito não sabe o que fazer com elas. Eu só posso saber o que fazer com as informações se eu refletir”, diz.
Geraldi afirma que a Internet pode ser uma das grandes responsáveis por essa obesidade e conseqüente falta de reflexão, e propõe que a escola seja o espaço em que o sujeito possa desenvolver as capacidades de reflexão e crítica, aspectos de grande importância para a formação do indivíduo.
Liliane Jammir, professora da Faculdade Frassinetti do Recife, iniciou uma das discussões em torno da importância do lúdico nos processos de ensino-aprendizagem da Literatura no ensino fundamental. “A literatura, as fábulas e as lendas ajudam a construir o nosso intelecto, é o homo ludens que está em efusão, contribuindo para a nossa formação, a formação do homo sapiens”, afirma Jammir.
O lúdico também foi posto em pauta durante a fala de Inês Mamede, professora da Universidade Federal do Ceará. Durante a mesa-redonda Alfabetização e Ensino fundamental de 9 anos, a professora apresentou a pesquisa Consulta sobre a qualidade na educação infantil: o que pensam e querem os sujeitos desse direito, desenvolvida pela Campanha pelo Direito à Educação (MIEB/Save the Children) que apresenta a fala de crianças de 5 e 6 anos de idade, em que estão expostas suas opiniões sobre quais as funções da escola e o quais os fatores que constituem uma escola de qualidade.
“Entre vários aspectos que as crianças citaram, podemos destacar a importância da presença de livros, historinhas e brincadeiras nas creches e pré-escolas”. Ao seis anos de idade essas crianças já têm a clareza da importância de que suas escolas trabalhem com a literatura infantil”, explica a professora.
Nesta edição do seminário o foco das atenções esteve voltado para a discussão sobre o Ensino fundamental de nove anos. Jeanete Beauchamp, diretora do Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental do MEC, ressaltou a importância do uso eficaz dessa ampliação, o que significa maiores oportunidades de aprendizagem para as crianças, maior tempo de convívio escolar, melhor socialização, além do maior tempo de acesso aos livros, principalmente para as crianças das classes populares.
Estados e municípios têm até 2010 para implementar em suas escolas a ampliação da duração do ensino fundamental de 8 para 9 anos. A medida antecipa a entrada das crianças na escola e tem como maiores beneficiados os usuários do sistema público de educação.
O professor Artur Gomes de Morais do Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL/UFPE) apresentou em mesa-redonda, intitulada Alfabetização e Ensino Fundamental de 9 anos, dados de uma pesquisa ainda em desenvolvimento que revelam que as crianças de classe média iniciam o contato com o mundo das letras antes mesmo dos 6 anos, idade em que todas as crianças deverão iniciar o ensino fundamental, segundo a medida. O professor é enfático ao afirmar que a atual situação do ensino, em que apenas crianças de classe média podem iniciar mais cedo sua vida escolar, construiu uma verdadeira “apartheid social”. O importante para Morais é que possamos, cada vez mais cedo, dar lugar na escola às crianças de todos os estratos sociais.
O Seminário, que aconteceu em Recife, no Centro de Convenções da UFPE, já tem sua próxima edição agendada para 2008, na mesma universidade.
Quase mil participantes, sete mesas-redondas, seis mesas de debates, seis seções de comunicação coordenada, duas conferências, exposição de livros, jogos educativos, além de um espaço voltado para os relatos de professores e professoras, em formação continuada, sobre suas experiências em sala de aula, e apresentações culturais. Este é o saldo do III Seminário de Estudos em Educação e Linguagem, promovido pelo Centro de Estudos em Educação e Linguagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE/CEEL), nos últimos dias 21 e 22 de março.
Em dois dias de evento especialistas e profissionais da área de educação de diversas instituições, entre elas oito Universidades, o Ministério da Educação (MEC), a Secretaria Estadual e as Secretarias Municipais de Educação de Pernambuco, discutiram de maneira interdisciplinar os novos rumos para a melhoria do ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa no Brasil.
João Wanderley Geraldi, Professor Doutor em Lingüística pela UNICAMP, durante a palestra A aula como acontecimento, questionou a má utilização das novas tecnologias da informação nas escolas. Para Geraldi é preciso que o professor esteja atento a essa utilização. “As novas tecnologias não estão nos colocando uma pergunta sobre como utilizá-las para ensinar. Hoje, estas novas tecnologias estão nos colocando uma pergunta sobre qual é a função da escola em um mundo onde há todas essa tecnologias”, explica Geraldi.
Para o professor, estamos vivendo tempos de “obesidade de informação” e “anorexia de reflexão”, termos construídos pelo especialista. “São tantas as informações que o sujeito não sabe o que fazer com elas. Eu só posso saber o que fazer com as informações se eu refletir”, diz.
Geraldi afirma que a Internet pode ser uma das grandes responsáveis por essa obesidade e conseqüente falta de reflexão, e propõe que a escola seja o espaço em que o sujeito possa desenvolver as capacidades de reflexão e crítica, aspectos de grande importância para a formação do indivíduo.
Liliane Jammir, professora da Faculdade Frassinetti do Recife, iniciou uma das discussões em torno da importância do lúdico nos processos de ensino-aprendizagem da Literatura no ensino fundamental. “A literatura, as fábulas e as lendas ajudam a construir o nosso intelecto, é o homo ludens que está em efusão, contribuindo para a nossa formação, a formação do homo sapiens”, afirma Jammir.
O lúdico também foi posto em pauta durante a fala de Inês Mamede, professora da Universidade Federal do Ceará. Durante a mesa-redonda Alfabetização e Ensino fundamental de 9 anos, a professora apresentou a pesquisa Consulta sobre a qualidade na educação infantil: o que pensam e querem os sujeitos desse direito, desenvolvida pela Campanha pelo Direito à Educação (MIEB/Save the Children) que apresenta a fala de crianças de 5 e 6 anos de idade, em que estão expostas suas opiniões sobre quais as funções da escola e o quais os fatores que constituem uma escola de qualidade.
“Entre vários aspectos que as crianças citaram, podemos destacar a importância da presença de livros, historinhas e brincadeiras nas creches e pré-escolas”. Ao seis anos de idade essas crianças já têm a clareza da importância de que suas escolas trabalhem com a literatura infantil”, explica a professora.
Nesta edição do seminário o foco das atenções esteve voltado para a discussão sobre o Ensino fundamental de nove anos. Jeanete Beauchamp, diretora do Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental do MEC, ressaltou a importância do uso eficaz dessa ampliação, o que significa maiores oportunidades de aprendizagem para as crianças, maior tempo de convívio escolar, melhor socialização, além do maior tempo de acesso aos livros, principalmente para as crianças das classes populares.
Estados e municípios têm até 2010 para implementar em suas escolas a ampliação da duração do ensino fundamental de 8 para 9 anos. A medida antecipa a entrada das crianças na escola e tem como maiores beneficiados os usuários do sistema público de educação.
O professor Artur Gomes de Morais do Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL/UFPE) apresentou em mesa-redonda, intitulada Alfabetização e Ensino Fundamental de 9 anos, dados de uma pesquisa ainda em desenvolvimento que revelam que as crianças de classe média iniciam o contato com o mundo das letras antes mesmo dos 6 anos, idade em que todas as crianças deverão iniciar o ensino fundamental, segundo a medida. O professor é enfático ao afirmar que a atual situação do ensino, em que apenas crianças de classe média podem iniciar mais cedo sua vida escolar, construiu uma verdadeira “apartheid social”. O importante para Morais é que possamos, cada vez mais cedo, dar lugar na escola às crianças de todos os estratos sociais.
O Seminário, que aconteceu em Recife, no Centro de Convenções da UFPE, já tem sua próxima edição agendada para 2008, na mesma universidade.