15 de junho de 2007

Notícia: CEEL produz kit de jogos educativos

Por Karla Vidal

O Centro de estudos em Educação e Linguagem da Universidade Federal de Pernambuco (CEEL/UFPE) está em processo final de produção de kit com dez dos seus jogos educativos. A previsão é que o material esteja pronto ainda no segundo semestre deste ano.

Já experiente na produção artesanal de jogos educativos, o Centro agora vai produzi-los em gráfica. “O CEEL vem produzindo jogos artesanalmente em programas de formação continuada de professores. Durante os cursos, organizamos oficinas de jogos, e agora pretendemos produzir os jogos em gráfica” informa Telma Ferraz Leal, coordenadora do Centro.

A produção dos jogos passa por etapas que vão desde a decisão sobre os objetivos didáticos que serão contemplados até a reflexão do que se quer ensinar e sobre como os alunos aprendem. A partir deste ponto define-se qual atividade o jogo necessita empregar para que os jogadores possam apreender o conteúdo ensinado.

Outra etapa da criação é a definição de quais regras deverão ser seguidas. É neste momento que são listados os componentes do jogo, entre palavras e figuras que serão utilizadas. “No final escrevemos as instruções dos jogos e revisamos tudo. Para realmente considerarmos que a tarefa está finalizada, precisamos observar crianças brincando com o jogo, para realizarmos os ajustes necessários”, complementa a professora.

O processo de criação dos jogos envolve desde os professores-alunos dos cursos de formação continuada, até alunos da Pós-Graduação em Educação da UFPE e membros do CEEL.

Os jogos produzidos são usados em programas de formação de professores de escolas públicas e podem ser adquiridos por meio de convênio entre as Secretarias de Educação e a UFPE.

Produção de jogos educativos contribui para a formação de professores

A formação continuada é uma necessidade imprescindível ao exercício profissional de professores e professoras. Para garantir esse processo de formação diversas ações são postas em prática através dos trabalhos desenvolvidos em programas de formação de Centros de Estudos integrantes da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores, ação promovida pelo Ministério da Educação (MEC).

De acordo com o MEC, cada um desses Centros, situados em diferentes universidades do país, mantêm equipes que coordenam a elaboração de programas voltados para a formação continuada dos professores de Educação Básica em exercício nos Sistemas Estaduais e Municipais de Educação.

Pernambuco é um dos estados integrantes da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores, representado pelo Centro de Estudos em Educação e Linguagem da Universidade Federal de Pernambuco. Criado em 2004, o Centro de Estudos é um núcleo de pesquisa e extensão da Universidade que desenvolve atividades voltadas para a melhoria do ensino da Língua Portuguesa, além de atuar na formação continuada de professores promovendo cursos, organizando propostas curriculares, realizando avaliações de rede e produzindo livros, programas de vídeo e jogos didáticos.

Segundo Telma Leal “é preciso propor programas de formação continuada que garantam, por um lado, que os professores possam ser agentes de seu próprio processo de formação e, por outro, que as situações não se restrinjam a uma mera troca de experiências, sem teorização da prática”.

É nesse contexto, e com a proposta de diversificar os recursos educacionais utilizados nos cursos de formação, que o CEEL implementou, como prática pedagógica dos cursos oferecidos, a produção de jogos educativos. “Temos trabalhado com jogos de regras. São jogos diversificados. Alguns deles se assemelham a jogos tradicionais, como baralho, dominó e trilha e outros são totalmente novos”, garante Telma.

Para a professora o Centro de Estudos se posiciona, em relação à produção dos jogos, acreditando que a diversificação dos recursos educacionais aplicados nas aulas é de grande importância. “Do mesmo modo como a TV não tirou o encanto do cinema, a Internet não tirou o encanto dos livros, os jogos eletrônicos não tiraram o encanto dos jogos que são compartilhados por um grupo de alunos que brincam e aprendem ao mesmo tempo”, encerra.

9 de junho de 2007

Notícia: Centro de estudos da UFPE apóia a alfabetização de trabalhadores agrícolas

Por Karla Vidal com informações de Joana Pires

Nos últimos dias 06, 07 e 08 deste mês, o Centro de Estudos em Educação e Linguagem da Universidade Federal de Pernambuco (CEEL/UFPE) promoveu, em Gravatá, os encontros iniciais do curso A Alfabetização de Jovens e Adultos em uma Perspectiva de Letramento, parte integrante das ações do programa Chapéu de Palha do Governo do Estado. A parceria entre o CEEL e a Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco tem o objetivo de dar continuidade ao processo de alfabetização e letramento de jovens e adultos trabalhadores agrícolas de 52 municípios pernambucanos, a maioria na região da Zona da Mata.

O curso, sob a coordenação da professora Eliana Borges (CEEL/UFPE), tem o objetivo de preparar professores e educadores de apoio, através de formação continuada, durante a realização do processo de alfabetização dos trabalhadores.

As primeiras discussões focaram a apropriação do sistema alfabético de escrita, sugerindo estratégias didáticas que podem ser utilizadas pelos professores a fim de valorizar o conhecimento de mundo dos alfabetizandos.

A participação do CEEL no programa Chapéu de Palha inclui ainda uma proposta pedagógica para o curso de consolidação da alfabetização, além do acompanhamento e da avaliação do processo através de encontros pedagógicos com os professores alfabetizadores. O programa pretende dar continuidade à alfabetização de cerca de 8.000 trabalhadores e formação continuada de 263 professores e 30 educadores de apoio.

O Chapéu de Palha ocorre durante o período da entressafra da cana-de-açúcar, que vai de maio a setembro, quando a maioria dos canavieiros perde o sustento diário devido a suspensão das atividades do corte. Diante disso, a bolsa mensal de R$ 190, oferecida pelo Chapéu de Palha, se mostra uma alternativa de sustento para as famílias desses trabalhadores.

Programa valoriza a educação rural

No início do mês de maio, em encontro com agricultores do município de Ribeirão, Zona da Mata pernambucana, o governador Eduardo Campos (PSB) anunciou a reedição do programa criado no final da década de 80, durante a segunda gestão do seu avô, o ex-governador Miguel Arraes.

Segundo a organização do programa, cerca de 20.000 famílias rurais podem ser beneficiadas com a bolsa, que exige a participação dos trabalhadores em um dos cursos oferecidos pelo projeto. Dentre os cursos oferecidos, entre outras opções, estão aulas de reflorestamento, recuperação de nascentes e preservação ambiental.

Ações que visam à melhoria da qualidade de vida da população rural, com geração de renda, reforço alimentar e regularização de documentos também estão previstas pelo programa. A educação ocupa um lugar de destaque nesta nova edição, que conta com cursos de alfabetização e atividades voltadas para a capacitação e profissionalização de jovens e adultos.

Participação e Fiscalização

Para participar o trabalhador tem que ter mais que 18 anos de idade e ter feito o cadastro no sindicato rural do seu município.

O governador do Estado comentou que a fiscalização na participação dos municípios será firme para que todo o processo ocorra com transparência. “Não vou permitir nenhum tipo de politicagem. Se for do meu governo, eu afasto. Se for do sindicato, chamo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura em Pernambuco (Fetape). Se for um prefeito, termino com a parceria. Minha caminhada não permite isso. O programa não será reserva de nenhum grupo. Vamos ajudar quem precisar mais, tenha votado em mim ou não”, disse.

A previsão do coordenador do projeto, Eduardo Coutinho, é que, em 2008, o projeto se torne uma ação permanente do governo do Estado.