29 de julho de 2010

EJA: Redes de ensino devem aderir a programa de obras para alfabetização


As redes de ensino de todas as unidades da Federação e municípios que possuem turmas de alfabetização e ensino fundamental na modalidade educação de jovens e adultos (EJA), assim como as entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado, devem fazer a adesão ao Programa Nacional do Livro Didático para Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA) até 27 de agosto.


O PNLD EJA adota o Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA), atualmente responsável pelo atendimento dos estados e municípios participantes do Brasil Alfabetizado e das escolas públicas com turmas de alfabetização. O novo programa amplia o atendimento, incluindo o primeiro e o segundo segmentos de EJA, que correspondem aos anos iniciais e finais do ensino fundamental regular.

A iniciativa, que vai beneficiar cerca de 5,7 milhões de educandos, em 2011, é da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O processo de escolha das obras também traz um diferencial em relação ao PNLD para o ensino regular. Os professores e gestores das escolas têm ampla participação no processo, mas a escolha será coordenada pelas secretarias municipais e estaduais de educação, que definirão as obras para todas as suas escolas.

As turmas de alfabetização das redes de ensino e do Brasil Alfabetizado serão contempladas com livros didáticos de alfabetização de jovens, adultos e idosos que abrangem os componentes curriculares de letramento e alfabetização linguística e numeramento e alfabetização matemática.

As redes que oferecem ensino fundamental na modalidade EJA que fizerem essa opção receberão materiais de história e geografia regionais destinados ao primeiro e segundo segmentos.

As turmas do primeiro ciclo de EJA contarão com livros reutilizáveis, abrangendo os componentes curriculares de alfabetização (língua portuguesa e matemática), de língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia e arte.

Já o segundo segmento da modalidade de ensino será beneficiado com livros reutilizáveis, abrangendo os componentes curriculares de língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia, arte e língua estrangeira moderna (inglês ou espanhol).

O processo de adesão pode ser feito na página do PNLD na internet. Os interessados devem consultar também as orientações para adesão ao PNLD EJA 2011 na página eletrônica da Secad.

Confira aqui as orientações para a adesão ao PNLD EJA 2011

Fonte: MEC

28 de julho de 2010

EJA: Sertão pernambucano promove a educação de jovens e adultos

O campus Petrolina, do Instituto Federal do Sertão Pernambucano, foi um dos destaques do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 por escola, na modalidade de educação de jovens e adultos (EJA), com a melhor nota do país (599,87). A pontuação foi referente ao curso do ensino médio integrado em agroindústria, criado em 2006.

A pedagoga Luzinete Moreira da Silva, coordenadora do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade Jovens e Adultos (Proeja) do campus, revelou as razões para esse curso ter alcançado tal sucesso.

“A instituição tem se dedicado com afinco a essa modalidade de ensino. O corpo docente é formado por profissionais qualificados e dedicados e a estrutura física da escola é muito boa, com laboratórios de informática, de edificações e de eletrotécnica”, contou Luzinete. Ela acredita que esse resultado fará com que mais alunos busquem os cursos de Proeja. “Com certeza, atrairemos aqueles alunos que ainda não têm perspectivas, que precisam estudar, mas que têm outras prioridades. Vai mostrar a eles que é possível um aluno jovem adulto ter sucesso”, disse.

Localizado numa fazenda de 199 hectares, na área rural de Petrolina, o campus tem plantações de goiaba, uva, manga e criação de animais. Os estudantes acompanham todo o trabalho, do abate ao processamento de carnes. Também estudam técnicas de processamento de leite e de produção de doces e geleias.

Os alunos do curso de ensino médio integrado a agroindústria fazem as disciplinas do tronco comum no campus Petrolina (área urbana) e as disciplinas profissionalizantes no campus rural do município. Na etapa final do curso há apenas três alunos, mas já há uma nova turma com 31 estudantes. O curso tem duração de oito semestres. Outros cursos do Proeja são o de informática, eletrotécnica e edificações. O corpo docente é formado por 25 professores.

Fonte: MEC

Campo: Analfabetismo atinge 3 milhões de jovens trabalhadores rurais


Cerca de 40% das pessoas entre 16 e 32 anos que moram e trabalham no campo são analfabetas. O analfabetismo atinge 3 milhões dos quase 8 milhões de trabalhadores rurais do país nesta faixa etária, de acordo com a secretária de Jovens Trabalhadores Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura(Contag), Maria Elenice Anastácio.

Se forem considerados os habitantes de pequenas cidades que sobrevivem da economia rural, os números podem ser ainda mais preocupantes.

Para Maria Elenice, as condições atuais do ensino obrigam o jovem a escolher entre o estudo e o trabalho. “O trabalhador rural tem que buscar a cidade para ter acesso à saúde, à informação e à escola. Mas como vão pegar um transporte precário para estudar na cidade se estão cansados do trabalho exaustivo?", questionou.

A coordenadora do curso de Licenciatura em Educação no Campo da Universidade de Brasília, Mônica Molina, também apontou a pouca oferta de escolas no campo como responsável pelas altas taxas de analfabetismo. “O interesse em estudar existe. Hoje, o trabalhador dá mais importância ao estudo do que em gerações anteriores, mas quando o aluno chega à 5ª série, dificilmente encontra turmas no meio rural. Então ele precisa ir estudar na cidade mais próxima e acaba desistindo”.

Em pesquisa feita em assentamentos de reforma agrária, Molina constatou que, aproximadamente 70% das escolas rurais, são de 1ª a 4 série, enquanto 25% atendem os alunos de 5ª a 8ª e apenas 4% têm turma de ensino médio. A consequência é que poucos alunos vão além dos primeiros anos de escolaridade. Este fator, somado às faltas, repetição de séries, professores despreparados e recursos didáticos escassos, leva ao analfabetismo funcional. “Sem acesso á escolarização correta na idade apropriada, o jovem acaba perdendo a condição de ler e interpretar após alguns anos”, afirmou Mônica.

Como solução, Mônica e Maria Elenice defendem a ampliação do número de escolas no campo. “De 2005 a 2007 foram fechadas 8 mil escolas rurais e agora temos que garantir as que já existem”, disse Molina. “Não adianta investir em transporte das pessoas para cidades próximas. Poucos vão arriscar a vida em pau de arara para terminar o ensino médio”, completou Maria Elenice.

Fonte: Agência Brasil

25 de julho de 2010

EJA: Educação de jovens e adultos é para toda a vida, dizem especialistas


A educação de jovens e adultos não pressupõe apenas alfabetização, mas garantia de acesso à educação ao longo da vida. O governo e a sociedade devem atuar conjuntamente para que as decisões da 6ª Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea) sejam colocadas em prática. As observações foram feitas por especialistas que participaram, nesta quarta-feira (7), de audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) para debater o Marco de Ação de Belém - documento final da Confintea. A conferência foi realizada em dezembro do ano passado na capital paraense.

Na avaliação do secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, André Lázaro, a educação precisa ser vista como direito a ser garantido e que dá acesso à cidadania. Ele defendeu a oferta da educação ao longo da vida. Essa é a visão, informou, dos Estados Unidos e dos países europeus. No entanto, segundo ele, alguns países da América latina e da África ainda entendem a educação de jovens e adultos (EJA) como um sistema de alfabetização ou suplemento da escolaridade não cursada na idade devida.

- Precisamos levar esse direito a quem precisa deles. O cerne da questão é entender a necessidade de uma educação ao longo da vida - apelou o secretário.

O documento final do Confintea apresenta não apenas os compromissos assumidos entre os países, disse o consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Neroaldo Pontes de Azeredo. Nele estão expressos também as dificuldades e os desafios e serem enfrentados. Um desses desafios, disse, é "sair da retórica para a ação".

Para Neroaldo Azeredo, o Marco de Ação de Belém é um documento de Estado e não de governo. Ele sugeriu audiências públicas nas assembléias legislativas e nas câmaras municipais para apresentar à sociedade o teor do texto. Também recomendou aos candidatos aos cargos eletivos a inclusão em suas propostas das decisões da Confintea.

A presidente da CE, senadora Fátima Cleide (PT-RO), que propôs a audiência pública, informou que o documento estará disponível na página da comissão.

Também o vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, Leôncio José Gomes Soares, defendeu o debate do tema nos estados e municípios para que as propostas da conferência não se percam. Ele disse que a educação de jovens e adultos poderá contribuir com o desenvolvimento econômico, bem como oferecer mais qualidade de vida às pessoas.

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), defendeu parcerias entre a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), os sindicatos rurais e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para elaboração de políticas educacionais dirigidas à zona rural - onde há maior índice de analfabetos e de baixa escolaridade. A senadora também sugeriu que o poder público informe às pessoas que elas têm direito a receber educação ao longo da vida.

Fonte: Iara Farias Borges / Agência Senado

Recife: Fórum de Educação Municipal debate resultados do IDEB

O evento vai contar com a participação de cerca de 600 pessoas, entre professores, coordenadores pedagógicos, técnicos e dirigentes de todas as 223 escolas municipais

Por Otávio Dias
Foto: Carlos Augusto

A Prefeitura do Recife, por intermédio da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, vai promover, na próxima segunda-feira (26), das 9h às 17h30, e na terça (27), das 8h às 16h30, no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, na Madalena, um grande encontro de reflexão e debate sobre os resultados e os impactos do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB 2009) na rede municipal de ensino. A programação também prevê uma homenagem às 32 escolas que alcançaram ou superaram a média nacional estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC) para os anos iniciais (1º ao 5°) e finais (6º ao 9º) do ensino fundamental.

O “Fórum de Educação Municipal do Recife – IDEB: seus resultados e os impactos na organização escolar” vai contar com a participação de cerca de 600 pessoas, entre professores, coordenadores pedagógicos, técnicos e dirigentes de todas as 223 escolas municipais e será aberto na segunda-feira, às 9h, pelo secretário de Educação, Esporte e Lazer, Cláudio Duarte.

“Esta será a primeira vez que reuniremos os representantes de todas as nossas escolas. No caso das unidades de ensino que não atingiram a média geral de 4,1 obtida pela nossa rede de ensino no levantamento do IDEB, nós vamos colocar em ação, durante um ano, um plano de intervenção e acompanhamento, com a participação de técnicos e educadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)”, ressaltou o secretário.

Logo após o pronunciamento do secretário, está prevista uma apresentação cultural seguida da exposição dialogada sobre o tema “IDEB: Desafios e perspectivas da rede municipal de ensino do Recife”. Vão atuar como expositoras a diretora geral de Ensino e Formação Docente, Lenira Silveira; a gerente de Acompanhamento Educacional, Elizabeth Medeiros; e a gerente de Estatística, Avaliação e Pesquisa, Joana D`Arc Santos. Entre 10h45 e 12h, o tema será colocado em debate e apresentação de proposições.

À tarde, das 14h às 15h20, haverá a socialização de experiências com a participação de professores e dirigentes das escolas municipais Aderbal Galvão (Vasco da Gama) e Maurício de Nassau (Casa Amarela). As duas unidades conquistaram as duas melhores notas da rede nos anos iniciais do ensino fundamental, com 5,7 e 5,5, respectivamente. Das 15h30 às 16h45, está prevista a socialização de experiências com as escolas Futuro Feliz (UR-2) e Divino Espírito Santo (Caxangá), seguida de debates. O primeiro dia do Fórum será encerrado às 17h30.

TERÇA-FEIRA - O segundo e último dia do Fórum será aberto às 8h, com apresentações culturais. Em seguida, das 8h30 às 10h30, haverá a exposição dialogada do tema “Fundamentos para uma política e práticas educativas de maior impacto para o sucesso da rede”, com a apresentação das pesquisas “Rede de aprendizagem” e “Caminhos do direito de aprender”, ambas da Unicef.

A exposição, seguida de debates, será comandada pela professora Ana Luiza Oliva Buratto, da ONG Avante (Educação e Mobilização Social). Ela é coordenadora da pesquisa “Rede de aprendizagens: boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender”, também da Unicef.

Entre 14h e 15h, a socialização de experiências terá como palestrante a professora Marilene de Araújo, da Secretaria de Educação da Rede Municipal de Teresina (PI). A capital do Piauí atingiu a média de 5,2 no IDEB 2009, conquistando a primeira colocação entre as nove capitais do Nordeste. O Recife ficou em 3º lugar, com média de 4,1.

Após a apresentação da piauiense, haverá debates com todos os participantes. O Fórum de Educação Municipal do Recife será encerrado às 16h, com a solenidade em homenagem às 32 escolas municipais do Recife que se destacaram no IDEB 2009.

Fonte: Prefeitura do Recife

20 de julho de 2010

Alfabetização: programa inscreverá 2,2 milhões de alunos este ano

Processo de alfabetização prossegue com ensino fundamental e profissional (Foto: João Bittar)

As secretarias de educação de 23 estados, do Distrito Federal e de 1.444 municípios informaram ao Ministério da Educação que vão matricular este ano 2,2 milhões de jovens e adultos em turmas de alfabetização. Não aderiram ao programa Brasil Alfabetizado as secretarias estaduais de educação de São Paulo, Espírito Santo e do Rio Grande do Sul.

Para atender a meta de alfabetização programada pelas 1.468 secretarias, o MEC vai investir R$ 530 milhões. Do total de recursos, R$ 290 milhões serão destinados ao pagamento de bolsas para 150 mil alfabetizadores, coordenadores de turmas e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (libras), e R$ 240 milhões serão transferidos a estados e municípios para custeio.

De acordo com Mauro Silva, coordenador de alfabetização da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, os dados são muito bons, ainda que estados e municípios não tenham alcançado a meta para este ano – atender 2,5 milhões de jovens e adultos. Com relação a 2009, o programa ampliou o número de adesões de 1.318 parceiros para 1.468. E o cadastro de alunos subiu de 1,96 milhão (2009) para 2,2 milhões.

O coordenador explica que é difícil ampliar a capacidade instalada de estados e municípios: mais salas de aula, maior número de alfabetizadores e de coordenadores de turmas e até a mobilização de jovens e adultos de distritos e comunidades distantes. A ampliação seria possível, diz, com a adesão de novos municípios e dos estados que estão fora do programa.

Municípios desistem – Programa do Ministério da Educação desenvolvido em parceria com estados e municípios, o Brasil Alfabetizado recebeu adesões no período de 19 de abril a 9 de julho. Mesmo com prazo de 82 dias, 86 municípios que entraram no sistema e informaram metas de alfabetização não concluíram o processo. No conjunto, esses municípios informaram ao MEC que pretendiam alfabetizar 15.278 alunos, mas não preencheram o Plano Plurianual de Alfabetização (PPAlfa). É esse plano que define o volume de recursos a serem transferidos e o pagamento das bolsas, além de livros didáticos e recursos da merenda e do transportes escolar.

Entre os 86 municípios que não concluíram o plano estão Osasco e Campos do Jordão, de São Paulo; Santos Dumont, Ponte Nova e Sobrália, de Minas Gerais; Inhambupe e Belo Campo, da Bahia; Monção, Fortuna e São José de Ribamar, do Maranhão. Inhambupe, por exemplo, comunicou ao MEC que sua meta de 2010 era matricular três mil alunos, e São José de Ribamar, 1.615.

Avaliação – Na avaliação de Mauro Silva, ao chegar ao oitavo ano de funcionamento o Brasil Alfabetizado se consolida como programa. Estabeleceu parcerias com estados e municípios, tem metas anuais de alfabetização e recursos orçamentários assegurados, além de livros didáticos e de literatura específicos para o público jovem e adulto.

Na metodologia, respeita os projetos de alfabetização de estados e municípios e caminha para tornar efetiva a educação de jovens e adultos pós-alfabetização nas redes municipais da educação básica. Buscamos, explica Mauro Silva, a integração do processo de alfabetização, que vai de seis a oito meses, com a continuidade dos estudos no ensino fundamental e médio e na educação profissional.

Segundo o coordenador, para que o programa alcance melhores resultados é preciso aumentar o empenho dos gestores. Acompanhar desde a montagem das turmas e a seleção dos alfabetizadores, ir às salas de aula verificar o andamento da aprendizagem, ver se os livros didáticos e de literatura estão sendo usados, acompanhar a matrícula em turmas de educação de jovens e adultos, são algumas dessas responsabilidades.

Fonte: Ionice Lorenzoni - Portal MEC

Evento: Undime realiza encontro de educadores em Vila Velha


Educadores debatem gestão, avaliação e novos marcos legais

Teve início hoje, em Vila Velha/ ES, o “Encontro de Educadores - gestão, avaliação e novos marcos legais”, que faz parte de uma série de encontros que a Undime vêm realizando com educadores de todo o país. Cerca de 700 pessoas participam do evento, que segue até amanhã, 21 de julho.

Durante a abertura do evento, o presidente da Undime, Carlos Eduardo Sanches, falou sobre a importância dessa abertura de diálogo entre secretários de educação, diretores de escola e professores, para que todos participem da gestão. Sanches falou também que o desafio hoje é aumentar o investimento da União, além da efetiva implementação do Regime de Colaboração, não somente da União para com estados e municípios, mas também entre estados e municípios.

A Diretora da Fundação Itaú Social, Valéria Riccomini, falou da parceria com a Undime no enfrentamento dos principais desafios da educação e de dois projetos que têm obtido grande êxito e que são frutos dessa cooperação: O Programa Melhoria da Educação no Município e a Olimpíada de Língua Portuguesa, que foi adotada pelo Ministério da Educação como política pública e já chega a 98% dos municípios. Mércia Lemos, Subsecretária de Estado da Educação do Espírito Santo apontou que o Ideb deve ser trabalhado como diagnóstico e não como ranqueamento. Além disso, destacou que a permanência dos estudantes no Ensino Médio têm sido um dos grandes desafios atuais.

A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação – Uncme também esteve representada pela vice-presidente da entidade no estado, Márcia Prudêncio. Ela falou da importância do envolvimento de toda a sociedade civil com a causa da educação e é com esse objetivo que a Uncme vêm trabalhando para estruturar os conselhos de educação municipais e escolares. Nessa mesma perspectiva, o vice-prefeito do município de Vila Velha­/ ES, falou do papel do educador: “O educador é pai, mãe, professor e psicólogo. É muito importante esse carinho que o professor tem para com o estudante”, afirmou.

Recursos para a educação


O prefeito de Vitória/ ES e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos ­– FNP, João Coser, falou da necessidade de maior investimento em educação. Segundo o prefeito, “por mais que se tenha vontade de fazer, é preciso maior aporte de recursos para poder efetuar as ações”. Coser falou também sobre a diversidade socioeconômica dos municípios e citou o exemplo do pagamento do Piso Salarial Nacional dos Professores. “Na época em que se iniciou a discussão sobre o valor do Piso (R$ 950,00 sem o ajuste), o que para alguns municípios significava um valor abaixo do que já era pago a seus professores, para outros, em especial aqueles municípios pequenos e que possuem menor arrecadação de impostos, representa um grande desafio”.

Ainda sobre a necessidade de maior investimento, Coser falou sobre obrigatoriedade da matrícula das crianças de quatro e cinco anos e a ampliação do ensino fundamental para nove anos que, segundo ele, são responsabilidades que caem sob o município, que é quem tem que executar, contratar mais professores e servidores, construir e ampliar escolas e comprar equipamentos. Para ele, “muito se tem avançado, mas há uma dívida histórica do país com a educação”, afirmou.

Iniciando o ciclo de palestras, o professor mestre em políticas públicas em educação e consultor da Undime, Luiz Araújo, falou sobre a Emenda Constitucional nº 59, que põe fim à Desvinculação dos Recursos da União – DRU. Segundo o professor, a medida devolve uma parcela de recursos da União que não estavam vinculados à educação, mas, ao mesmo tempo, aumenta a responsabilidade de estados e municípios, ao estabelecer a obrigatoriedade do ensino dos quatro aos dezessete anos. Conforme estudo da Undime, para que a exigência seja cumprida, o percentual do PIB que deve ser vinculado à educação até 2011 é de 8%. A previsão do Ministério da Educação é de que o valor para o ano que vem seja de 5,2%.

Araújo falou ainda sobre as deliberações da Conferência Nacional de Educação – Conae sobre o financiamento. A proposta da Conae é de que a vinculação dos recursos de estados e municípios para a educação passe de 25% para 30%, da União de 0,16% para 1% e que o percentual do PIB para a educação atinja 7% até 2011 e 10% até 2014.
O encontro continua com debates sobre Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e a apresentação da pesquisa “Caminhos do Direito de Aprender”, realizado pelo Unicef e Undime, em parceria com Ministério da Educação e Inep. No dia 21 de julho, o evento discutirá a “Avaliação da aprendizagem como ferramenta de gestão” e “Ensino obrigatório dos quatro aos dezessete anos”.

Fonte: UNDIME

6 de julho de 2010

Livro Didático: Obras de curso técnico nível médio devem ser inscritas até o dia 15


Estão abertas até o dia 15 próximo as inscrições para o processo de avaliação e seleção de livros didáticos destinados a estudantes de cursos técnicos de nível médio. Podem ser inscritas obras inéditas ou reapresentadas publicações já avaliadas pelo Ministério da Educação, que pretende formar um banco de dados com o cadastro de editores.

Serão selecionadas obras em 12 eixos tecnológicos escolhidos de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Os livros devem seguir proposta pedagógica adequada à legislação, diretrizes e normas oficiais relativas à educação profissional e tecnológica.

Um dos objetivos da iniciativa é avaliar a sintonia do que existe hoje no mercado com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação, de contextualização do ensino com arranjos produtivos, sociais, culturais e locais das comunidades.

“É importante estimular a produção de livros destinados à educação profissional e tecnológica”, afirma o diretor de políticas da educação profissional e tecnológica do MEC, Luiz Augusto Caldas. “Esperamos que as obras superem o viés estritamente tecnicista a favor de uma abordagem mais contextualizada.”

As empresas interessadas em participar da seleção precisam fazer o pré-cadastro das obras e dos autores e, como estabelece o edital, entregar os documentos relacionados ao contrato de direitos autorais e de comercialização das obras. Todos os editores que fizerem a pré-inscrição serão convocados a apresentar exemplares dos livros.

O extrato do edital foi publicado no Diário Oficial da União, seção 3, página 31, desta segunda-feira, 5.

Fonte: Danilo Almeida/Portal MEC

Educação Básica: Ideb mostra disparidade entre escolas



Margarida Azevedo e Thaís Gouveia Do Jornal do Commercio


Os resultados do Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) mostraram a grande desigualdade que existe entre as escolas municipais, estaduais e federais. Em Pernambuco, entre as unidades com as cinco melhores notas nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), quatro são colégios de aplicação. O da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) teve o maior Ideb do Brasil, 8. Os outros destaques são as três escolas de aplicação ligadas à Universidade de Pernambuco (UPE), que ocuparam segundo, quarto e quinto lugares, respectivamente: Professor Chaves, em Nazaré da Mata (6,8), Professora Ivonita Alves Guerra, Garanhuns (6,1), e Professora Vande Souza Ferreira, Petrolina (5,8).

Em 2007, a nota do Colégio de Aplicação da UFPE foi 8,2. “Não trabalhamos em função dos índices, mas nosso trabalho com foco na formação de alunos que compreendam o que lêem, com iniciativa, acaba colaborando com esse desempenho. Temos grade curricular que permite trabalhar arte,música, língua estrangeira, laboratórios que não são de primeiro mundo, mas são o básico para um trabalho decente”, enumera o diretor da instituição, José Carlos Alves de Souza.

O corpo de profissionais do Colégio de Aplicação possui 45 professores efetivos e 10 substitutos. Deles, 15% possuem doutorado e o percentual com mestrado chega a 45%. “Incentivamos a formação dos professores, porque isso reflete no ensino”, acredita o diretor, que também conta com a participação intensa dos pais. “Se tivéssemos isso tudo sem o respaldo da família, seria muito mais difícil.”

Índice do Ideb cai em mais de mil municípios

BRASÍLIA – O Ideb caiu em mais de mil municípios no ano passado. Embora todas as médias nacionais tenham subido de 2007 para 2009, ultrapassando as metas bienais estabelecidas pelo MEC, 1.146 cidades registraram queda do Ideb nos anos finais (do 6º ao 9º) do ensino fundamental, o equivalente a 21% do total de municípios avaliados nesse nível de ensino. Nos demais municípios, a nota subiu ou ficou igual, como no caso de Olinda (2,4). Recife e Jaboatão cresceram de 2,5 para 2,7 e de 2,8 para 3,2, respectivamente.

Nessa mesma faixa de ensino (6º ao 9º ano), 1.299 (23%) cidades não conseguiram alcançar sequer as metas de 2009. O mesmo ocorreu com 792 municípios (14%) em relação às turmas dos anos iniciais do ensino fundamental.

Mesmo nos anos iniciais (do 1º ao 5º) do ensino fundamental, etapa que teve o maior avanço em termos nacionais, 632 cidades – ou 11% – apresentaram pior desempenho no ano passado, em comparação com 2007. O Distrito Federal e Roraima foram as duas únicas unidades da federação a sofrer queda no Ideb. Isso ocorreu no ensino médio, etapa que vive o pior momento no País. No DF, o Ideb caiu de 4 para 3,8. Em Roraima, a redução foi de 3,5 para 3,4.

Na média nacional, o Ideb aumentou em todas as etapas consideradas. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o índice subiu de 4,2, em 2007, para 4,6, em 2009. A escala vai até 10. Nos anos finais, o avanço foi mais modesto: de 3,8 para 4. E, no ensino médio, ainda mais tímido: de 3,5 para 3,6.