Mediadores de leitura e coordenadores das oito bibliotecas comunitárias que integram a nossa Rede estão entusiasmados com a oportunidade de agregar conhecimentos técnicos; juntar o saber acadêmico ao prazer que os move no trabalho de contribuir para democratizar o acesso ao livro e formar leitores. Numa parceria da REleitura com o Ceel – Centro de Estudos em Educação e Linguagem, do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco, está em curso o projeto Formação de Gestores e Mediadores de Leitura. O projeto conta com a parceria do Instituto C & A (Parceira da Releitura), Programa Manuel Bandeira (Prefeitura do Recife) e Centro de Cultura Luiz Freire.
A ideia do projeto parte da necessidade de qualificar o trabalho comunitário de estímulo à apropriação do direito ao conhecimento através da arte da palavra, escrita, lida, compartilhada. Parte, por outro lado, da constatação de que as políticas públicas de democratização de acesso ao livro e à leitura, a par dos esforços via programas como os Plano Nacional do Livro e da Leitura (2006) e Plano Nacional de Bibliotecas na Escola (2010), em si, não bastam. A formação de mediadores de leitura é essencial para formar leitores, constatam os próprios mediadores de leitura e coordenadores, além de pesquisas acadêmicas. É mais um desafio.
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A sensibilidade da Academia, esforço da Releitura e dos parceiros da Releitura, para tal demanda, resultou no projeto” , resume Gabriel Santana, coordenador da Rede. O encontro inaugural de Formação de Gestores e Mediadores de Leitura se deu na tarde da sexta-feira, 30 de março, no Ceel, Campus da UFPE. E já começou com trabalho para valer, em cima do objeto do curso: os caminhos da literatura – e por consequência da leitura, da interpretação, que estimula a fala e leva à escrita; e da classificação de livros. Foram quatro horas de interação, em princípio constrangida; afinal estávamos na Academia, com formadores de quem transmite o saber nas escolas, nos seminários, congressos e que tais… Entretanto, do meio para o final, estabeleceu-se o processo de troca, que, enfim, configura uma parceria.
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Nossa expectativa é de que possamos contribuir para qualificar o trabalho de levante em prol da socialização do acesso à cultura literária, que ajude a refletir e a organizar o que é feito de forma intuitiva e com o esforço da iniciativa de construir, da criatividade e da vivência organizativa”, resume Ester Calland de Souza Rosa, professora do Centro de Educação da UFPE e membro do Ceel, doutora em Psicologia pela USP, que coordena os encontros de formação do projeto.
Com ela estão outras seis mestras da área de Educação e/ou Psicologia e um doutor em Biblioteconomia. Cada qual, incluindo Ester Rosa, se relacionará, diretamente, com uma das bibliotecas da Rede. Sim, porque a formação inclui, além dos encontros coletivos, na Universidade Federal de Pernambuco, como o primeiro, visitas a cada biblioteca com trabalho no local. São seis ao todo, até 12 de abril. E já estão acontecendo, no cronograma seguinte:
- dia 03, manhã: Biblioteca Peró, em Prazeres/Jaboatão dos Guararapes, professor Lourival Pedreira Pinto
- dia 04 , manhã: Bibiloteca Multicultural Nascedouro, em Peixinhos/Olinda, professora Maria Helena Stos Dubeux
à tarde: Biblioteca Lar MeiMei, no Bairro Novo/Olinda, professora Ana Cláudia Pessoa
- dia 10, manhã: Biblioteca Cepoma, em Brasília Teimosa/Recife, com a professora Ivane Pedrosa
à tarde: Bibiloteca Amigos da Leitura, Alto José Bonifácio/Recife, professora Rafaella Asfora
- dia 11, manhã: Biblioteca Popular do Coque, Joana Bezerra/Recife, professora Carmem Bandeira-Carminha
Biblioteca Comunitária Caranguejo dos Tabaiares, Ilha do Retiro/Recife, professora Ester Rosa
à tarde: Biblioteca Comunitária Os Bravistas – Shekiná, Ouro Preto/Olinda, com a professora Telma Ferraz
As visitas do formador incluem reuniões com a coordenação de cada biblioteca, com o objetivo de auxiliar nas atividades de elaboração de projetos, produção de relatórios e outros textos relativos à gestão. Os objetivos são: aperfeiçoar as habilidades de produção de textos dos coordenadores de biblioteca; auxiliar os coordenadores na elaboração dos relatórios semestrais, colaborar na elaboração de projetos de captação de recursos; apoiar os coordenadores na elaboração de outros textos relativos às ações de gestão da biblioteca.
Tal acompanhamento é uma segunda ação do projeto. A primeira é o Curso de Mediação Cultural na Biblioteca Comunitária, que se dará em encontros coletivos de quatro horas entre mediadores, coordenadores e formadores, uma vez por mês, durante oito meses, no Ceel. Um seminário de socialização das experiências, de 10 horas, encerra a formação, em dezembro. Todas as etapas somam 60 horas, com direito à certificação.
Fonte:
http://rededebibliotecascomunitarias.wordpress.com/2012/04/05/parceria-releitura-e-ufpe-qualifica-mediacao-de-leitura/