6 de julho de 2010

Educação Básica: Ideb mostra disparidade entre escolas



Margarida Azevedo e Thaís Gouveia Do Jornal do Commercio


Os resultados do Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) mostraram a grande desigualdade que existe entre as escolas municipais, estaduais e federais. Em Pernambuco, entre as unidades com as cinco melhores notas nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), quatro são colégios de aplicação. O da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) teve o maior Ideb do Brasil, 8. Os outros destaques são as três escolas de aplicação ligadas à Universidade de Pernambuco (UPE), que ocuparam segundo, quarto e quinto lugares, respectivamente: Professor Chaves, em Nazaré da Mata (6,8), Professora Ivonita Alves Guerra, Garanhuns (6,1), e Professora Vande Souza Ferreira, Petrolina (5,8).

Em 2007, a nota do Colégio de Aplicação da UFPE foi 8,2. “Não trabalhamos em função dos índices, mas nosso trabalho com foco na formação de alunos que compreendam o que lêem, com iniciativa, acaba colaborando com esse desempenho. Temos grade curricular que permite trabalhar arte,música, língua estrangeira, laboratórios que não são de primeiro mundo, mas são o básico para um trabalho decente”, enumera o diretor da instituição, José Carlos Alves de Souza.

O corpo de profissionais do Colégio de Aplicação possui 45 professores efetivos e 10 substitutos. Deles, 15% possuem doutorado e o percentual com mestrado chega a 45%. “Incentivamos a formação dos professores, porque isso reflete no ensino”, acredita o diretor, que também conta com a participação intensa dos pais. “Se tivéssemos isso tudo sem o respaldo da família, seria muito mais difícil.”

Índice do Ideb cai em mais de mil municípios

BRASÍLIA – O Ideb caiu em mais de mil municípios no ano passado. Embora todas as médias nacionais tenham subido de 2007 para 2009, ultrapassando as metas bienais estabelecidas pelo MEC, 1.146 cidades registraram queda do Ideb nos anos finais (do 6º ao 9º) do ensino fundamental, o equivalente a 21% do total de municípios avaliados nesse nível de ensino. Nos demais municípios, a nota subiu ou ficou igual, como no caso de Olinda (2,4). Recife e Jaboatão cresceram de 2,5 para 2,7 e de 2,8 para 3,2, respectivamente.

Nessa mesma faixa de ensino (6º ao 9º ano), 1.299 (23%) cidades não conseguiram alcançar sequer as metas de 2009. O mesmo ocorreu com 792 municípios (14%) em relação às turmas dos anos iniciais do ensino fundamental.

Mesmo nos anos iniciais (do 1º ao 5º) do ensino fundamental, etapa que teve o maior avanço em termos nacionais, 632 cidades – ou 11% – apresentaram pior desempenho no ano passado, em comparação com 2007. O Distrito Federal e Roraima foram as duas únicas unidades da federação a sofrer queda no Ideb. Isso ocorreu no ensino médio, etapa que vive o pior momento no País. No DF, o Ideb caiu de 4 para 3,8. Em Roraima, a redução foi de 3,5 para 3,4.

Na média nacional, o Ideb aumentou em todas as etapas consideradas. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o índice subiu de 4,2, em 2007, para 4,6, em 2009. A escala vai até 10. Nos anos finais, o avanço foi mais modesto: de 3,8 para 4. E, no ensino médio, ainda mais tímido: de 3,5 para 3,6.

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